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Umas das casas espíritas existentes em Teresina/Pi que possui trabalhos de auxílio e de conscientização. Aqui no blog estarão dispostas mensagens e materiais de trabalhos da casa espírita e também de temas exteriores que possam possuir elevação em suas postagens.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Tema: Corpo, dádiva divina.


Não apenas Allan Kardec como outros notáveis pensadores e pesquisadores da condição humana constataram que de fato a vida não começa nem termina nessa atual encarnação.
Charles Lancelin ao analisar seriamente os relatos de pessoas submetidas em estado de sonambulismo, através de técnicas magnéticas, constatou que muita informação obtida não se referia/não se remetia à atual vida dos que a tal processos foram submetidos e também outros fenômenos que ocorreram durante os processos mencionados, em que a pessoa que ali estava não tinha nenhuma condição de saber/ver/presenciar eventos que ocorriam em um lugar distante da sua localização no mesmo momento em que estava ali em estado sonambúlico.
Camille Flammarion em sua obra “As Casas Mal Assombradas”, no prefácio coloca uma série de relatos e aqui está um deles:
“De Perpignan, minha terra natal, parti nos primeiros dias de novembro de 1889, a fim de continuar os estudos de farmacologia em Montpellier. Minha família compunha-se de mãe e quatro irmãs. Deixei-as satisfeitas e de perfeita saúde. A 22 desse mês, minha irmã Helena, bela criatura de 18 anos, a caçula e minha predileta, reunia em nossa casa algumas amiguinhas. Cerca de 3 horas, após o almoço, dirigiram-se todas, minha mãe inclusive, para o passeio dos Plátanos. Fazia um tempo magnífico. Ao fim de meia hora, Helena sentiu-se mal: “Mamãe – disse –, sinto arrepios por todo o corpo, tenho frio, dói a garganta... Vamos para casa.”
À noite seguinte, pelas 5 da manhã, Helena expirava nos braços de minha mãe, vitimada pela angina diftérica, que dois médicos não puderam debelar.
Único varão da família, competindo-me representá-la nos funerais, foram-me passados repetidos telegramas para Montpellier. Entretanto, por uma terrível fatalidade que ainda hoje deploro, nenhum de tais despachos me foi entregue a tempo.
Ora, na noite de 23 para 24, eis que fui vítima de espantosa alucinação. Recolhera-me à casa pelas 2 da madrugada, calmo e satisfeito das emoções recolhidas nos dias 22 e 23, em parte destinadas ao prazer. Deitei-me alegre e logo adormeci. Havia de ser 4 horas, quando a vi surgir diante de mim, pálida, sangrenta, inanimada, e um grito insistente, penetrante, punitivo, feria-me os tímpanos: “Que fazes, meu Luís? Mas vem, vem!”
No meu sonho, nervoso e agitado, tomei um carro, mas, a despeito de esforços sobre-humanos, não conseguia fazê-lo avançar. Via sempre minha irmã, no mesmo estado, a gritar: “Que fazes meu Luís, vem...”
Despertei súbito, face congesta, cabeça em fogo, garganta seca, respiração curta e suando por todos os poros. Saltei da cama e procurei acalmar-me. Uma hora depois, tornei a deitar-me, mas não pude reconciliar o sono. Às 11 da manhã fui à pensão, assomado de indefinível tristeza.
Argüido pelos colegas, contei-lhes tim-tim por tim-tim o que aí passara, não – seja dito – sem ouvir algumas pilhérias. Às 2 dirigi-me para a Faculdade, no intuito de encontrar no estudo algum repouso.
Deixando a aula às 4 horas, vi caminhar ao meu encontro uma mulher alta, trajando rigoroso luto, e logo reconheci minha irmã mais velha a perguntar-me aflito o que fizera de mim. Lacrimosa, comunicou-me a fatal ocorrência, que nada me faria prever, de vez que, ainda na manhã de 22, recebera de casa as melhores notícias.
Entregando-lhe este depoimento, abstenho-me de emitir qualquer opinião a respeito e só me obrigo a garantir, sob palavra de honra, a sua absoluta autenticidade.
Vinte anos são passados e a impressão que o fato me deixou é sempre a mesma, emocional, profunda (sobretudo neste momento), e se os traços fisionômicos de Helena não me aparecem tão nítidos, o seu apelo é sempre o mesmo: plangente, repetido, desesperado: “Que fazes, meu Luís? Vem, vem...”
 Luís Noell
Farmacêutico, em Cette.”

Mas a questão é: Se nós somos consciências eternas, pois o corpo morre mas a nossa consciência/o nosso espírito continua, qual a importância do corpo?
O corpo é um importante instrumento que serve/serviu/servirá para o espírito que volta e meia reencarna na orbe planetária que mais esteja semelhante ao seu atual estado evolutivo!
Mesmo que nós não sejamos a carne que nos envolve não temos o direito de abreviar sua duração sobre a Terra, por que é um instrumento importante para a nossa evolução, é um ótimo veículo para adquirirmos experiências e melhorarmos nosso ser.
Alguns vivem pelo corpo, outros com temáticas de vida como os ascetas que renegam ao corpo para adquirir alguma iluminação.Então vale a pena ver um texto interessante:
O espírito é ilimitado. Não somos nossos cérebros, nossos corpos,nossas roupas ou nossas casas. Não somos nossas contas-correntes, nossos empregos, nossos países, nem  mesmo nossos nomes. Somos muito, muito mais. Somos seres espirituais cuja língua nativa é o amor.”
(Carol Bowman)
O equilíbrio é a medida correta entre viver materialmente e viver de maneira espirituosa.
Vamos dar ao corpo seu devido valor, mas não cheguemos ao ponto de criar altares para divinizar as vaidades passageiras da vida.
Concluindo, aqui está um texto da obra “O evangelho segundo o espiritismo” que se encontra no capítulo XVII :


“CU I D A R D O C O R P O E D O E S P Í R I T O
11. Consistirá na maceração do corpo a perfeição moral?
Para resolver essa questão, apoiar-me-ei em princípios elementares e começarei por demonstrar a necessidade de cuidar-se do corpo que, segundo as alternativas de saúde e de enfermidade, influi de maneira muito importante sobre a alma, que cumpre se considere cativa da carne. Para que essa prisioneira viva, se expanda e chegue mesmo a conceber as ilusões da liberdade, tem o corpo de estar são, disposto, forte. Façamos uma comparação: Eis se acham ambos em perfeito estado; que devem fazer para manter o equilíbrio entre as suas aptidões e as suas necessidades tão diferentes? Inevitável parece a luta entre os dois e difícil achar-se o segredo de como chegarem a equilíbrio.
Dois sistemas se defrontam: o dos ascetas, que tem por base o aniquilamento do corpo, e o dos materialistas,que se baseia no rebaixamento da alma. Duas violências quase tão insensatas uma quanto a outra. Ao lado desses dois grandes partidos, formiga a numerosa tribo dos indiferentes que, sem convicção e sem paixão, são mornos no amar e econômicos no gozar. Onde, então, a sabedoria?
Onde, então, a ciência de viver? Em parte alguma; e o grande problema ficaria sem solução, se o Espiritismo não viesse em auxílio dos pesquisadores, demonstrando-lhes as relações que existem entre o corpo e a alma e dizendo-lhes que, por se acharem em dependência mútua, importa cuidar de ambos. Amai, pois, a vossa alma, porém, cuidai igualmente do vosso corpo, instrumento daquela. Desatender as necessidades que a própria Natureza indica, é desatender a lei de Deus. Não castigueis o corpo pelas faltas que o vosso livre arbítrio o induziu a cometer e pelas quais é ele tão responsável quanto o cavalo mal dirigido, pelos acidentes que causa. Sereis, porventura, mais perfeitos se, martirizando o corpo, não vos tornardes menos egoístas, nem menos orgulhosos e mais caritativos para com o vosso próximo? Não, a perfeição não está nisso: está toda nas reformas por que fizerdes passar o vosso Espírito. Dobrai-o,submetei-o, humilhai-o, mortificai-o: esse o meio de o tornardes dócil à vontade de Deus e o único de alcançardes a perfeição.
 – Jorge, Espírito Protetor. (Paris, 1863.)”

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